quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um Natal inesperado...


Quando idealizamos como deve ser o Natal, pomo-nos a falar de família, a tocar a grandeza que é a alegria do reencontro de quem se ama, a atarefar-se com os tachos para adocicar a boca de todos aqueles que se sentam à mesa neste tempo.
Mesmo que durante todo o ano não nos encontremos com esta realidade da família reunida, o Natal é sempre aquela época em que tal acontece, ou pelo menos, gostaríamos que acontecesse.
Também eu pensei assim durante muito tempo achando que isso de facto era o mais importante, até diria, o essencial do Natal. Mas neste Natal algo de surpreendente se sucedeu. Houve portas que se fecharam, mas a alegria do Deus Menino nascido em Belém não faltou, antes, trouxe ainda mais clareza à certeza que o Natal é viver com e para Jesus.
Se por um lado, o antes do Natal entristeceu-me pela ausência dos cheiros da Madeira, o dia 24 trouxe-me a certeza de que entregando o sofrimento a Jesus, o mesmo que neste tempo está à porta da nossa vida para connosco fazer festa, fez com que eu compreendesse que há mais alegria em dar do que em receber.
Juntar-me a quem não tem família, a quem ia passar aquela noite de consoada sozinho e ver aqueles rostos felizes pela alegria do convívio, pela nobreza de uma refeição digna da Noite de alegria que se vivia fez emocionar-me e acreditar que Deus surpreende-nos mesmo, que Deus toca o coração de inúmeras formas e que a nossa vida quando é d’Ele tem um toque de inesperado.
Como foi bom o ambiente daquela refeição fraterna, onde mais que partilha de alimentos se partilharam vidas, sofrimentos mas sobretudo alegria pela grandeza que é o mistério da presença amiga.
Belo também foi ver uma igreja repleta de pessoas felizes por ver nascer o Menino, como me senti agraciado pela ternura de poder pegar com as minhas mãos na imagem daquele Menino que naquela noite nos convidava a sorrir.
Surpreendeu-me muito a nobreza com que se vive o Natal em Lisboa, o espírito com que se louva Jesus, o Menino nascido para Salvar a humanidade.
O aperto no coração, pensava eu, ia dar-se no dia 25, mas tal não se sucedeu. E mais uma vez pela grandeza da surpresa de se deixar tocar pela vivência e grandeza daquele dia que nos levava a dizer Glória a Deus!
Como foi bom voltar a pegar no menino e levá-lo até ao presépio da Sé de Lisboa, como foi bom abraçar a grandeza deste dom que é viver o Natal em Igreja.
Muito bonitas foram as palavras do senhor Patriarca, tocando-me profundamente quando disse:
“Neste Ano da Fé assumamos que Ele espera que nós os crentes sejamos portadores da luz, anunciadores da esperança e da alegria. Quando se encontrou connosco, cumulou-nos de dons: “àqueles que O receberam e acreditaram no seu Nome deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. Mas ele espera de nós, que com a nossa vida, pela nossa palavra convicta, pelo testemunho do nosso amor, O anunciemos àqueles que até agora não O acolheram, um pouco por culpa nossa, porque não O anunciamos.”
Depois, a refeição fraterna, mais uma vez partilhada com quem nunca pensei viver este Natal foi um momento de vivência feliz.
A forma simples mas grandiosa como pude partilhar a vivência destes dias faz com que afirme novamente que quem quer o que Deus quer tem tudo o que quer!
É caso para terminar este voto de louvor e agradecimento dizendo: Glória a Deus, porque nos momentos em que menos esperamos surpreende-nos com a grandeza do seu Amor!



Diácono Pedro Nóbrega
27-12-2012

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