Durante
muito tempo se falou, opinou e dissertou sobre o que se devia fazer ao
sacerdote que assumiu a paternidade de uma criança. Nunca a questão do celibato
sacerdotal foi tão comentada como nesta altura. Muitos temos opiniões e
pensamos que deveria ser feito de uma forma ou de outra. Gostamos de ser como
os fariseus que tudo derrubam ou então como os ultra-liberais que tudo deixam.
Eu, pessoalmente, gosto de ver as coisas com bom senso (uma vez que esta
situação já me fez ouvir, falar, sofrer...) e tentar aceitar o que me é
proposto não como uma imposição mas como fruto de um longo caminho que foi feito.
Qualquer
decisão que fosse tomada causaria "polémica", mas acho necessário
salientar, para os muitos que ainda não compreenderam, que o Padre Giselo não
foi dispensado das suas funções sacerdotais e continua apto a exercê-las.
Lê-se
na nota da secretaria episcopal, emitida dia 28 de janeiro do presente
ano: "Relativamente ao pároco do Monte, ele próprio
manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério sacerdotal, nas
condições exigidas pela Igreja." Isto significa que o Padre
Giselo foi apenas convidado a sair da paróquia do Monte e a reflectir sobre a
sua vida. Todavia, mantinha as suas funções enquanto director das comunicações
da Diocese do Funchal, conforme se pode ler na mesma nota: "Entendeu-se
que constitui maior bem para o padre Giselo Andrade e para a Igreja diocesana,
dispensá-lo de pároco do Monte, podendo continuar a exercer o ministério
pastoral, através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na área
das comunicações e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas."
Por
estes motivos não é compreensível o sensacionalismo (desnecessário) que se tem
gerado em torno da vida sacerdotal do antigo pároco do Monte. Celebrar qualquer
sacramento, seja onde for, será sempre uma atitude normal de quem quer ser
Padre, desde que com as devidas autorizações. Independentemente das inúmeras opiniões, a decisão tomada não fere
nenhuma lei canónica e, acima de tudo, deve ser respeitada.
Que
o Pe. Giselo continue a educar, santificar e governar com a força do Espirito
Santo!
Pe. Pedro Nóbrega
25 de Fevereiro de 2018