terça-feira, 15 de agosto de 2017

No Monte não morreram árvores, MORRERAM PESSOAS...


No Monte morreram PESSOAS...
Pensei muito, durante esta tarde, perante tudo o que ouvia, o que lia e o que tentava compreender, se devia escrever sobre isto ou não. Ser padre não é ter certeza absoluta nem tentar justificar aquilo sobre o qual não conseguimos justificação, mas como provocador de esperança, nestes momentos não nos podemos cingir apenas ao silêncio. Todos os que me conhecem sabem que não sou de atribuir tudo o que é bom a Deus e tudo o que é mau aos homens. Aqueles que comigo privam sabem perfeitamente como dou importância ao trabalho humano e quanto a nossa cooperação com o trabalho divino é importante!
O que aconteceu hoje no Monte foi acima de tudo a morte de pessoas… Pessoas que tinham sonhos, ilusões, esperança numa vida melhor... Pessoas que tinham famílias, gente de bem que certamente ao colocar a vela, ao subir ao Monte não foram apenas porque os outros iam, mas sim por fé. Fé que a sua vida não é apenas deste mundo, fé que no seu caminho precisavam da proteção maternal de Maria, fé que a sua vida poderia ser diferente...
Mas... Porquê???? Porquê que tinham que partir ali? Porquê que tinham que sofrer ali? Porquê que a árvore caiu precisamente naquele momento em que todos se preparavam para expressar a fé que Maria do Monte nos pode ajudar? São estas as respostas para as quais não encontro explicação, são estas as perguntas que me revelam claramente que somos meros vasos de barro prontos a partir, prontos a deixar de ser... Mais que encontrarmos a culpa, agora é momento de pensar em quem sofre, é momento de respeitar o dom da vida de quem foi para junto d’Aquele que os levou até ali neste dia...
A Igreja do Monte será sempre um lugar de fé e de esperança, um lugar de encontro e partilha, um lugar de vida e de morte... Mas a nossa esperança não pode ser fundada apenas e só neste mundo... Quem vai ao Monte, só vai porque o Céu é lugar para todos os que partem, natural ou tragicamente... No meio de tanta coisa que neste dia dissemos, pensamos e escrevemos não nos esqueçamos que o mais importante é acompanhar aqueles que sofrem com os ferimentos, aqueles que sofrem porque alguém que amavam partiu...
Deixo uma prece do Papa Francisco hoje em Roma: “Confiemos a Maria as ansiedades e as dores das populações que em tantas partes do mundo sofrem por causa das calamidades naturais, de tensões sociais ou de conflitos. Que a nossa Mãe Celeste, obtenha para todos a consolação e um futuro de serenidade e de concórdia!”
Não nos esqueçamos que no Monte não morreram árvores, MORRERAM PESSOAS!
Paz às suas almas
Pe. Pedro Nóbrega

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15-08-2017

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