A vida que a morte dá, parece ser
tão esquisita, mas tem sido tão sinal de esperança e de amor! Passaram dois
meses... E os dias têm sido como raios de sol em que a morte se confunde com a
vida gerada desde então.
A morte da minha mãe abriu, no
coração de muitos, um vazio muito grande. O arrancar da sua vida da nossa foi
um golpe que demora a sarar e a perceber de onde e porque brotou tão cedo.
Contudo, esta morte foi também um enorme sinal de esperança e de liberdade:
Esperança porque a nossa vida não é, sobretudo para quem tem fé, os dias que
contamos na materialidade deste mundo. A nossa vida é o caminhar para a
eternidade, para o céu; Liberdade, porque o sofrimento que gera a agonia,
apesar de muitas vezes consequência das diversas doenças e tratamentos, nunca é
caminho de vida de ninguém.
Por isso quero muito agradecer,
agradecer e rezar cada dia, agradecer e rezar por cada palavra, gesto, por cada
sinal de amor que fui recebendo ao longo deste tempo. Que toda a vida gerada
pela morte de alguém nos leve a todos a compreender que estamos no mundo para
ser, até ao fim, sinal de Esperança e de Amor!
Pe. Pedro
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